Oyo - Mais Fotos

O Chapéu do Monsenhor em Lefini

Baloiço à moda de Oyo



Uma "Bolsa" de Selva junto ao Aeroporto de Ollombo



Rio Alima, Praia do Presidente






Estrada em Lefini

Uma dose de realidade...

Sem comentários...

As Villages

A estrada até Oyo é acompanhada pela existência de diversas pequena Villages.



As Villages são pequenos povoados que ocupam uma faixa de 15 a 25 metros de ambos os lados da estrada, cuja única rua é a própria estrada, sendo as casas dispostas à volta de um terreiro de terra batida.



A construção das casas tem por base uma estrutura de madeira, de forma paralelipipédica rectangular, preenchida por barro e cobertas por folhas de árvore.




Nenhuma destas Villages tem luz, água ou saneamento básico e são "governadas" por um Soba (chefe tribal).



A Economia regional e a alimentação têm por base a Mandioca. Não se vê qualquer oficina, industria e mesmo a agricultura e a pecuária são extremamente incipientes. Os únicos animais que avistei foram algumas galinhas e cabras, e mesmo estas espécies são de muito pequeno porte, bastante diferentes das existentes em Portugal.


A agricultura parece ser exclusivamente dedicada à produção de mandioca. A Mandioca tem como principal característica não dar trabalho nenhum, basta plantar! E independentemente de ser de baixo valor nutritivo e de não ter qualquer sabor, o facto de não dar muito trabalho faz com que domine completamente a produção agrícola desta região de África.

Seguindo as técnicas agrícolas ancestrais, e com vista à preparação dos terrenos para a plantação da mandioca, ao longo da estrada vêem-se inúmeras queimadas, cujo cheiro é prolongado e intensificado pelo elevado grau de humidade da região.




Todas as aldeias têm um nome. Os nomes das aldeias vão desde nomes locais, a nomes da família do Soba dominante ou mesmo nome de países e cidades do mundo (Italy, Paris ou Ottawa são alguns dos nomes que decorei).

Para lá destas aldeias há uma imensidão de terreno praticamente inexplorada, de natureza no seu estado mais puro e facilmente se confirma que a Republica do Congo é um dos países com mais baixa densidade populacional do mundo. A Republica do Congo tem cerca de 8,5 hab./Km2 176º do mundo (Em 192 Países), por comparação, Portugal fica em 64º com cerca de 118 hab./km2.

Ou seja, aqui está-se muito mais "à vontade"... Mas "à vontade", não é "à vontadinha"... ;-)))

Oyo

Na 6ª-feira fui surpreendido por um convite do Engº Suzano para o acompanhar a Oyo.


Oyo fica cerca de 400 km's a norte de Brazzaville e é muito perto da cidade de onde é natural o Presidente da República do Congo, Denis Sassou N'Guesso.

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Embora a uma escala menor, tal como Gbadolite, na vizinha República Democrática do Congo (Ex-Zaire), beneficiou do facto de lá ter nascido Mobutu Sese Seko, também a região de Oyo tem beneficiado com o facto de ser o local de nascimento do Presidente actual. A vila tem sofrido continuas melhorias e a cerca de 5 km's foi construído o Aeroporto de Ollombo.

O Aeroporto do Ollombo tem uma pista de 3,2 km's e capacidade para aterrar um Boeing 747 e serve apenas uma pessoa... O Presidente. Presentemente está a ser construida uma gare aérea enorme...



A viagem até Oyo permite constatar que, nesta região, o pais se desenvolve numa faixa de cerca de 25 metros de cada lado da estrada. Depois disso, para cada lado da estrada, estende-se uma imensidão de território completamente desabitado. Um factor que achei surpreendente, mas que dizem ser normal, foi o de não ter avistado qualquer animal, a não ser pequenos animais domésticos. São quilómetros e quilómetros de estrada sem que se aviste qualquer tipo de vida selvagem.

Pela primeira vez senti a imensidão das dimensões do terreno em África. Tudo é longe, tudo é grande, tudo é vasto e tudo parece verdadeiramente selvagem... A paisagem começa por ser marcada por uma savana baixa que se vai adensando e transformando em selva conforme se caminha para norte. Selva propriamente dita, só existe de Owando para norte mas na região de Oyo já há bolsas de selva perfeitamente impenetrável.

Oyo é atravessada pelo rio Alima (Afluente do rio Congo), fica um grau abaixo do Equador (equivalente a pouco mais de 100 km's) e tem um clima marcadamente quente e húmido, por volta das 21h30 estavam 37º e 95% de humidade...

Foi uma viagem muito interessante e à qual irei dedicar alguns posts durante a próxima semana.




Um sincero obrigado ao Engº Suzano. ;-)))

A Cerveja

O Mercado das cervejas na República do Congo, nomeadamente em Brazzaville, é dominado por 3 marcas: Mutzig, Primus e Ngok.

As cervejas normais são de 0,6 l, embora existam em outros tamanhos, se pedirem uma cerveja sem especificar o tamanho será trazida uma cerveja de tamanho 0,6 l. Não é muito fácil encontrar bem frescas mas existem alguns bares e restaurantes onde estão devidamente refrescadas. Diga-se que os habitantes locais as bebem a qualquer temperatura (sim, bebem mesmo quentes) e qualquer que seja a temperatura ambiente, que aqui é sempre relativamente quente.

Num local normal, uma cerveja 0,6 l custa cerca de 1.000 FCFA's (cerca de 1,5 Euros) e num bar ou discoteca cerca de 4.000 FCFA's (cerca de 6 euros), equivalente ao consumo mínimo. Não se pode dizer que a cerveja seja propriamente barata mesmo para padrões locais, mas nos estabelecimentos mais baratos custa cerca de 500 FCFA's (0,75 Euros) que é um preço bastante mais aceitável.

A Primus originária da RDC, é boa, mas tem um sabor algo enjoativo. A Ngoc é a menos agradável, com um sabor mais amargo e acre, só se bebe bem se estiver extremamente fresca. A Mutzig, de origem Francesa é a minha preferida, bastante leve e saborosa. Embora sejam boas, não são propriamente uma especialidade....

Também se encontram disponíveis algumas marcas internacionais de cerveja, com destaque para a Heineken, que é fácil de encontrar em, quase, todo o lado.

Gostava ainda de fazer um destaque aos bonitos padrões de toalhas de mesa disponíveis no Congo Brazzaville: Uma Maravilha!!!

Estou orgulhoso!!! Acho que este era um post que verdadeiramente fazia falta e que pode ser de extrema importância para os eventuais visitante da República do Congo!!! Só eu sei o esforço que fiz para provar as cervejas e poder fazer este post.... A vida de um Blogger é muito dura!!! ;-))))

Cite Don Bosco

No domingo passado, a convite do Sr. Alexandre, ao qual quero desde já agradecer, fui visitar o Cite Don Bosco. O Cite Dom Bosco fica situado na saída norte de Brazzaville, no caminho que já tinha feito quando fui a Lifoula. A travessia dos Quartiers da cidade faz-nos lembrar as dificuldades que os jovens e as crianças da República do Congo devem ter em termos educativos...

O Cite Dom Bosco é um complexo educativo que ocupa uma área bastante grande que, para além das salas de aula, dispõe de diversos campos de prática desportiva e de diversas áreas de lazer.

Dom Bosco, de nome original Giovanni Melchior Bosco, foi um Padre Italiano, educador, que desenvolveu a educação infantil e o ensino profissional. O Cite Don Bosco pertence à "gigantesca" organização fundada por Dom Bosco: a Pia Sociedade de São Francisco de Sales, mais conhecida por salesianos.

Os colégios e missões saleseinas encontram-se espalhados por quase todos os países do mundo, encontrando-se ligadas a missões humanitárias com base num modelo de sistema educativo comum.

Por se tratar de um fim-de-semana, no meio das férias escolares, a escola encontrava-se ocupada por colónias de férias de crianças de outras regiões, ás quais a escola proporciona instalações e divertimentos difíceis de encontrar em outros locais.

Fomos extremamente bem recebidos pelo Sr. Padre, que no momento se encontrava responsável pela escola, e foi-nos feita uma visita guiada extremamente interessante, tendo-nos sido explicados diversos sistemas engenhosos de aproveitamento das características naturais da região e do terreno.

A escola funciona como escola profissional, formando jovens, nomeadamente nas áreas de carpintaria, electricidade, mecânica e metalomecânica. Os alunos, têm um corpo comum de formação e uma parte específica da profissão que escolhem. Cada uma destas áreas específicas tem uma sala dedicada ao desempenho de exercícios práticos.

Os alunos que frequentam a escola, pagam uma propina anual de 75.000 FCFA's, equivalente a cerca de 115 Euros. O que, para padrões locais, não é uma fortuna, mas também não deve ser propriamente fácil de pagar... Pior que isso, é que a escola é num extremo da cidade e os jovens oriundos dos bairros mais distantes chegam a ter de apanhar 4 autocarros para ficarem a cerca de 1,5 Km's da escola, tendo forçosamente que fazer o resto do caminho a pé.

Para além das salas especialmente dedicadas às actividades de formação técnica, a escola dispõe de uma moderna sala de informática, cedida, salvo erro, pela Embaixada da Bélgica. Para termos a noção do cuidado que a escola precisa de ter para que não roubem os equipamentos, o Sr. Padre explicou-nos que toda a sala foi construída com uma malha de ferro no interior do cimento para que não fosse possível fazer buracos na parede e roubar os computadores.

A reputação da escola assegura-lhe protocolos celebrados com várias entidades (Embaixadas e empresas, como é o caso da empresa onde trabalho) e faz com que os alunos que a frequentem tenham emprego praticamente assegurado, dada a procura de técnicos especializados Congoleses.

Toda a missão me pareceu extremamente válida, bem pensada e bem cuidada e, segundo me disseram, é mesmo uma das poucas interessantes na região de Brazzaville.

Foi inevitável lembrar-me que já tinha estado num Colégio Dom Bosco, em Macau, mas os protagonistas eram outros e essa é uma outra história... De qualquer maneira, é só para dizer que tenho muitas saudades... ;-)))

P.S. - Os "Direitos de Imagem" seguem pelo correio... Pode ser em FCFA's??? Hihihihihihihi :-)))) Bjks ;-)))

Clube de Ténis de Brazzaville

Os espaços de Lazer e diversão são uma coisa que não abunda em Brazzaville...

No meio disso tudo, há, de certa forma, um Oásis: O Clube de Ténis de Brazzaville.




O Clube é situado na zona junto ao estádio de futebol, numa zona de avenidas largas rodeadas de uma zona arborizada. Dispõe de 9 court (2 de piso rápido e 7 de terra batida), squash, 2 campos de badminton, campo de volleyball, piscina, mesas de jogos, parque infantil, bar e... Clube de Bridge!!! ;-)))



O Clube é bastante exclusivo e não é propriamente barato (cerca de 35 Euros mês), mas como não muitas outras formas de lazer acaba por se transformar numa necessidade.



Ainda não experimentei a piscina, mas tenho jogado ténis com bastante frequência (não jogava tantas vezes desde os tempos da Universidade) e posso dizer que o clube tem um óptimo aspecto geral.



Também, ainda não fui experimentar jogar Bridge por falta de tempo e de meios de deslocação, mas lá chegará o seu tempo... E graças aos livros de Bridge em Fancês cedidos pela minha Timadrinha, não vou ter qualquer problema em falar Francês de Bridge com Treffles, Carreaus, Coeurs e Piques, a jogar no sistema de 5 majeur, sempre à procura de um Grand Chelem!!! ;-)))

Nada a ver com Brazzaville!!! (2)

Pelo segundo ano consecutivo não vou às festas da Igrejinha (O ano passado não fui, porque fui fazer a minha estreia no Avante!!!), este ano não me dava muito jeito, talvez por estar em Brazzaville... ;-)))


Para quem não conhece, a Igrejinha é uma pequena aldeia, com cerca de 1.000 habitantes, situada entre Évora e Arraiolos, de onde é originária a família da minha mãe.


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A Igrejinha conserva o aspecto e as tradições de uma típica aldeia do norte alentejano. Como tal, tem, por esta altura, a sua festa anual em honra da sua santa padroeira, Nossa Senhora da Consolação.

A terra enche-se de gente vinda de várias paragens, os emigrantes regressam para matar saudades e durante 3 dias a aldeia ganha uma vida pouco habitual por aquelas paragens.

As festas são constituídas por vários bailes, espectáculos musicais, garraiadas, procissão e uma forma de expressão de oração e devoção a um santo padroeiro única (pelo menos, pelo que sei): As Décimas.

As Décimas são estrofes de 10 versos declamadas em frente ao pendão da santa padroeira, colocado em frente da porta da igreja. O tema é livre, e vai desde a guerra à crise, das colheitas à amizade. Podem ser de prece, de agradecimento ou até mesmo de crónica social. Uma característica engraçada é o facto de muitos dos autores fazerem alguns "malabarismos" linguísticos, para encaixar a métrica e fazer soar a rima. Os "esquecimentos", normalmente também originam momentos cómicos e de desapontamento do declamador (nem sempre o autor das décimas). O outro elemento comum a todas a estrofes é terminarem com a o nome da santa padroeira, ou seja, "Senhora da Consolação". O fim de cada estrofe é acompanhado por música de uma banda filarmónica e por um foguete. Fica um exemplo:





Podem ver tudo aqui: http://www.festasigrejinha.pt.vu/

Quem puder e tiver curiosidade, dê lá um salto. A todos os que lá estão, Um Grande Abraço e espero que se divirtam!!!

Os telemóveis!!!

À imagem do que acontece em Portugal, os telemóveis no Congo são um símbolo de status social. Qualquer Congolês que se preze tem um belo telemóvel!!! E todos, ou quase todos, têm mais do que um...



No Congo Brazzaville há 3 redes diferentes: a Warid de origem Paquistanesa, MTN de origem sul-africana e a Zain originária do Koweit. As três, são redes multinacionais de telecomunicações e operam em grande parte de África.


São, de certeza, as 3 maiores investidoras em publicidade no Congo. Com destaque para a MTN que é um dos patrocinadores oficiais do Mundial de Futebol de 2010, que se vai disputar na África do Sul. Relativamente ao logo da MTN, não posso deixar de referir a parecença, com inversão de cores, com o logo original da TMN. Para quem já não se lembrava...


Há uma coisa que me intriga e sobre a qual ainda não consegui informar-me o suficiente... Grande parte da população de Brazzaville não tem energia eléctrica em casa, por isso: Onde é que carregam os telemóveis??? Já questionei uma ou duas pessoas mas ninguém me soube dizer com certeza como era feito. A melhor explicação é que as pessoas, ou estabelecimentos, que têm energia eléctrica, devem cobrar um valor e permitem que as pessoas carreguem o telemóvel. Aqui, tudo, ou quase tudo, é um potencial negócio...


Os carregamentos dos telemóveis são feitos de duas formas. Através da introdução de um código que consta de um cartão de carregamento (Escondido atrás de uma área de "raspadinha") que se adquire em qualquer lado, ou através dos Sap-Sap. Os Sap-Sap são terminais móveis de carregamento, efectivamente são um telemóvel, e podem ser encontrados em qualquer lado. Normalmente são miúdos facilmente identificáveis, por andarem com uma espécie de colete aberto dos lados com as letras: "SAP-SAP". Imagino que recebam uma percentagem do valor dos carregamentos efectuados...


Recordo que a grande maioria da população não dispõe sequer de conta bancária, por isso, qualquer sistema automático de base bancária era impraticável. Para além disso, não há muitos multibancos... Por exemplo, para quem não tenha uma conta num banco local, há apenas uma máquina de multibanco em toda a cidade de Brazzaville.



Realmente o grau de penetração de mercado dos telemóveis é uma coisa impressionante. Quem já andou pelas zonas mais remotas do Congo Brazzaville diz que em qualquer aldeia, constituída por 2 ou 3 palhotas, pode não haver mais nada, mas há sempre um anuncio da venda de cartões de carregamento de telemóvel, e os respectivos cartões claro...

Não deixa de ser estranho, tal como é já tinha visto noutros países, que há populações que não dispõem das mais elementares condições de vida: higiene, sanitárias, abastecimento de água, fornecimento de energia, no entanto, o telemóvel é um bem de consumo e uso generalizado... Parece-me que há alguma coisa nas prioridades de sobrevivência da espécie humana que tem de estar errado...

Ah, é verdade, para quem tem telemóveis do Congo, escusam de experimentar os códigos dos cartões... Já foram utilizados!!! ;-)))

Problemas na net!!!

A net funciona a cerca de 20%, só uma parte dos sites é que abrem... Curiosamente, ou não, ninguém sabe o que se passa nem sabe explicar porque é que isto está a acontecer...

Prometo voltar logo que possa...

Nada a ver com Brazzaville!!!

Com tantas cidades referenciadas, porque não Brazzaville????? ;-)))